CEPE - 26 de abril

Postado: 28/04/2022

O reitor e seus subordinados, da administração central, chegaram com uma proposta de mudança radical do calendário acadêmico da Rural para os próximos períodos letivos - 2022-1, 2022-2, 2023-1 e 2023-2 - simplesmente desfazendo tudo que já foi aprovado para este ano, fazendo com que os períodos letivos voltem a ser mais longos, segundo foi explicado em função de lei recente que baixou esta determinação, como parte da postura do atual governo, que resolveu determinar também o fim da pandemia por decreto . O entendimento da reitoria é o de que todos os períodos letivos de 2022 em diante (a partir desta numeração) devem já seguir as novas determinações governamentais.

O problema não é haver determinação externa fazendo com que a Reitoria da Rural aja de uma certa forma - até porque o próprio reitor destacou que outras federais teriam que se adaptar, também - adaptar seus calendários acadêmicos; o problema é o modo como esta Reitoria age! Pois não só seus integrantes informaram sobre a necessidade das adaptações, mas chegaram com um "pacote completo" - com toda uma proposta de calendário até 2023 - até o período 2023-2.

Houve toda uma contrariedade por parte dos professores, que terão que mudar todo o esquema de aulas que estava previsto para este ano - e suas programações de férias.

O reitor e seus subordinados vieram com aquele papo, aquele blá, blá, blá  que já conhecemos: que há uma determinação legal, que tem que ser cumprida; que quanto antes for cumprida, melhor, senão podem vir punições para a universidade, depois; que será necessário que todos façam um sacrifício ("não existe remédio doce" - foi o que foi dito! - ; que, ainda assim, a proposta que estavam apresentando era a melhor - pois sacrificaria apenas metade das férias de janeiro em 2023, e não nos anos subsequentes, como parece que é o que ocorrerá em outras federais; e que a "margem de manobra" (dias que podem ser deslocados para aumentar ou diminuir trechos de férias em um outro momento do ano) é pequena.

Ok, mas parece que, em outras federais, tudo foi debatido e aprovado pelas comunidades acadêmicas.

Aqui, na Rural, insistiram em querer aprovar a proposta pronta que levaram para a reunião; só que uma professora observou o óbvio - a urgência maior era a aprovação das datas para o próximo período letivo - o 2022-1 - e encaminhou uma outra proposta: a de se aprovar, por enquanto, apenas como ficará 2022-1 e deixar para discutir e aprovar os outros períodos letivos posteriormente na reunião do CEPE do próximo mês.

Obviamente que foi aprovada!

Eu cheguei a acusar a administração central de não ser muito democrática, por causa dessa mania de chegar anunciando mudanças radicais e já chegar com uma proposta pronta que é tratada como a única solução possível.

E o senhor reitor, que já demonstrava estar incomodado com o que tinham dito, sobre essa mudança repentina ser o equivalente a mudar as regras do jogo com o jogo em andamento, ficou claramente incomodado com minha crítica - mais ainda!

Ele disse que já era possível prever que, quando as condições de risco da pandemia não existissem mais, e retornasse a presencialidade, que o formato antigo de calendário teria que ser retomado.

A partir daí, sempre que tinha uma chance, ele ressaltava o caráter democrático do conselho.

Em "assuntos gerais", fiz 3 cobranças - basicamente que todas dizendo respeito à defesa de mais diálogo e menos menosprezo à nossa categoria:

- 30 horas -> reclamei da minuta divulgada recentemente pela Reitoria, que é bem diferente da que tinha sido elaborada pela comissão;

- Teletrabalho -> critiquei a não marcação da audiência pública. Ele alegou não ter pressa, e que esta aprovação seria de interesse institucional; eu retruquei, dizendo ser um assunto de interesse da nossa categoria, sim, até por somente se aplicar à nossa categoria, e que, apesar do aspecto da economia para a universidade, que é algo que interessa a alguns técnicos - eu disse que "um negócio só é bom quando é bom para as duas partes".

Porém, eu ressalvei que, até hoje, nem nós, representantes dos técnicos nem a direção do SINTUR temos incentivado colegas a aderirem ao teletrabalho - que muito pelo contrário, pretendemos destacar quando o assunto vier a ser debatido, os aspectos negativos para quem for aderir.

Mas que já era para ter sido marcada a audiência e que eu esperava boa vontade da administração central para dialogar com a nossa categoria.

- Ponto eletrônico -> eu disse que fiquei sabendo que já estaria para ser implantado, e que eu entendia que, estando já aprovado e com a tal pressão externa para que a Rural o adote - que a Reitoria alega! - que até poderia já estar tudo planejado para sua implantação, mas insisti que a direção do SINTUR deveria ser avisada quando isto viesse a acontecer, até porque alguns de nós, técnicos, têm muita dificuldade com informática, com a tecnologia. E que este diálogo com nosso sindicato é mais importante do que a tal reunião com chefes e diretores para explicar como esse controle de frequência digital funciona - vai funcionar.

- Durante a reunião, o senhor reitor determinou à SOC que divulgasse um link na área de chat, para que os conselheiros acessassem, em seus navegadores de internet (Google Chrome, Firefox etc) um formulário eletrônico, informando seus dados básicos de participante do conselho, e dizendo que tipo de reunião prefere que seja realizada, futuramente: se remota, híbrida ou presencial.

Ele disse que a Reitoria tem sido cobrada para definir como devem ser realizadas as reuniões de conselhos na universidade, de agora em diante, e ele optou por fazer este tipo de "enquete" - não apenas no CEPE, ele disse que o mesmo será feito no CONSU.

Eu optei pela "híbrida" ao responder ao questionário, pois considero que é mais abrangente, democrática, e permite evitar falta de quorum, pois oferece opções diferentes para participar.

Só que o curioso é que o reitor, quando anunciou esta enquete no início da reunião, tratou logo de avisar que, por enquanto, não há estrutura física para realizar reunião híbrida, mas que isto poderia ser providenciado; só que somente estaria disponível no próximo ano.

Ao final da reunião, a SOC informou o resultado da enquete, que mostrou que a maioria dos conselheiros prefere reuniões híbridas, e quase ninguém optou por reuniões presenciais.

Também ao final da reunião, eu fiz uma pergunta retórica ao reitor, que respondeu que "sim", que até que haja condições para realização de reunião híbrida, as reuniões continuarão sendo remotas.

Detalhe final: quando a reunião estava acabando, dei uma espiada na lista de participantes, como eu costumo fazer, e notei a presença da pró-reitora da PROGEP, Miliane, e achei estranho; o que ela fazia na reunião de um conselho do qual não faz parte? E por que entrar na reunião apenas no final da mesma?...

É realmente difícil para nós, técnicos, entendermos o modo de pensar dos integrantes desta administração central!

Seguimos na luta!

Por: Marcelo Pessoa - Representante dos técnicos no CEPE

AGENDA

JORNAL
SINTUR-RJ

FOTOS

VÍDEOS