Nem os aliados do governo querem o ônus da aprovação da PEC 32
Pressão de 12 milhões de servidores, impopularidade de Bolsonaro e alterações infelizes que colocam em risco a administração pública tornam a Reforma Administrativa osso duro de roer
“Senhor deputado, quem vota na PEC 32 não volta!”. Este é o recado que cresce como um movimento em todo o Brasil. Atenta ao debate e já compreendendo que a proposta de Reforma Administrativa vai colocar em risco os serviços públicos, parcela significativa de eleitores pretende usar o poder de voto contra deputados que apoiarem o desmonte da administração pública. E a Câmara dos Deputados está sentindo a pressão.
Desde o Ocupa Brasília – quando, por três dias (14 a 16/09), sindicalistas de todo o país realizaram manifestações na Câmara dos Deputados – o clima de rejeição à proposta de Reforma Administrativa só cresce. Nesta semana, as mobilizações continuam com reuniões e visita a gabinetes dos deputados federais, além de militância digital como o twittaço que ocorreu segunda (27).
A semana deve culminar com grande Ato Fora Bolsonaro e contra a PEC 32, marcado para sábado (2) nas principais cidades do país. Em Fortaleza, o local de concentração será a Praça da Bandeira às 8h da manhã. Já em Viçosa do Ceará, a concentração será no Centro da cidade, também às 8h.
O cenário parece mesmo favorável aos que defendem o serviço público e a Constituição cidadã do país. Líderes de partidos governistas já avaliam que não possuem os 308 votos necessários para aprovar o texto na Câmara; votação que acontecerá em dois turnos. Por isso, Arthur Maia (PP/AL), presidente da Casa e aliado de Bolsonaro, vem protelando a inclusão da PEC 32 na pauta do plenário.
A expectativa dos aliados de Bolsonaro é de que a Reforma Administrativa não seja votada neste ano para que eles tenham tempo de formar novas alianças. É aqui que mora o perigo, como aconteceu na votação ainda na Comissão Especial da PEC 32. Depois de mudar seis vezes o parecer elaborado por Arthur Maia (DEM/BA) e trocar membros da comissão, o relatório foi aprovado.
“A gente tem que aumentar a pressão junto aos deputados indecisos. Demonstrar nas ruas e nas redes sociais nosso total desagrado com essa Reforma que mina o serviço público.”. Avalia Roberto Fontenele, Coordenador Geral do SindJustiça Ceará que participou ontem (28) de reunião com o vice-presidente da Câmara e com outros dirigentes sindicais. “Vamos pra cima deles. Quem votaPEC32 não volta.”, conclui.
ATO FORA BOLSONARO 02 DE OUTUBRO. CONFIRA OS LOCAIS DE CONCENTRAÇÃO EM TODO O BRASIL!
