COVID -19

Postado: 07/05/2020

População do mundo todo através de aplausos mostram seu reconhecimento pelo esforço e dedicação dos profissionais da área da saúde que arriscam todos os dias suas vidas e de suas famílias enfrentando na linha de frente o combate ao COVID-19, muitos não escutarão mais nenhum aplauso ou um obrigada, pois perderam suas vidas por trabalharem, na maioria das vezes, sem os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários para proteção de suas vidas, em diversos hospitais pelo mundo.

Este reconhecimento e valorização devemos também aos profissionais da Saúde que trabalham na Divisão de Saúde da UFRRJ. Eles são profissionais experientes, o que contribui para a competência de quem em plena Pandemia, em uma universidade esvaziada, desempenham suas atribuições.

Mas será que este risco realmente é necessário? Será que estes profissionais poderão atuar caso chegue neste setor um paciente com COVID-19? Terá condição de fazer algum procedimento seguro para ele, toda a Equipe e para pacientes que estarão aguardando atendimento?

Todos os trabalhadores da Equipe utilizam EPIs adequados, que realmente garanta a segurança necessária para eles e os pacientes? Como por exemplo, no caso de uma remoção de um paciente contaminado, na Ambulância da Divisão de Saúde. Com que frequência estes EPIs são substituídos em um plantão de 24 horas?


Como estes profissionais, apesar de toda eficiência não são super heróis, algumas questões que tomamos conhecimento precisam ser alertadas, pois podem colocar em risco não só a vida destes trabalhadores, mas também de quem utiliza os serviços deste setor.

Um médico do plantão teve sua filha com exame positivo para CORONAVÍRUS e informou a Diretora que ficaria em isolamento social, aguardando resultado de exames feito por ele. Sem receber nenhuma orientação da Diretora, a profissional da Enfermagem que havia trabalhado com este médico no plantão anterior, simplesmente assumiu o plantão, sem ter conhecimento de que o médico estava em isolamento social aguardando para saber se estava contaminado.
Apesar da profissional estar com um quadro gripal, não recebeu nenhuma orientação da Diretora, tendo  por iniciativa própria, após, por acaso ter tido conhecimento de que o médico estava em isolamento social, foi até a UPA fazer o teste, e devido ao estado gripal foi liberada. Esta profissional e toda a Equipe que trabalhou com este médico, que agora de forma informal, sabe-se que o resultado do exame deu positivo para CORONAVÍRUS, deveriam ter sido avisados e encaminhados para uma testagem para COVID-19, uma preocupação que deveria ser  responsabilidade de qualquer Gestor,  preservar a vida dos trabalhadores da Equipe e dos pacientes, mas nada foi encaminhado após o conhecimento da situação do médico.

Neste mesmo plantão, o médico que o substituía, atendeu uma aluna, em que ele relatou a profissional da Enfermagem, ser um possível caso de COVID-19, após atendê-la  neste mesmo espaço, logo em seguida, atendeu um casal de idosos e assim sucessivamente ocorre todos os atendimentos e procedimentos, no mesmo espaço, pelo mesmo médico de plantão 24 horas.

Sem condição de nenhuma testagem da aluna ou de qualquer paciente, sem ter qualquer condições de assegurar se um paciente está contaminado por COVID-19 ou não, este médico, que na maioria das vezes trabalha em outros hospitais, pode ser um disseminador do Vírus por 24 horas.

Caso, um médico de plantão atenda um paciente com CORONAVÍRUS naquele Espaço da Divisão de Saúde, tomará o único procedimento possível, ou seja, removerá o paciente para atendimento médico na UPA.

E o ambiente contaminado, qual o procedimento a ser adotado? E os trabalhadores que tiveram contatos, tem informação de qual o procedimento a ser adotado por ele, teve este tipo de orientação da Direção?

Pessoas idosas, com doenças crônicas, estão indo na Divisão de Saúde para  atendimentos de rotina, correndo o risco de ficarem no mesmo espaço com pacientes que podem estar contaminados com COVID-19 e que serão atendidos pelo mesmo médico, sem troca de uniforme e sem higienização adequada do setor, que não ocorre   a cada atendimento.

A Diretora, Gestora de um setor da área de saúde, em plena Pandemia, não  apresentou nenhum protocolo, nenhum plano de articulação de apoio ou de suporte para que os membros das Equipes, realizem  exames, em caso de comprovação de atendimento de pacientes contaminados por COVID-19 ou suspeitos, se tiver alguma morte confirmada de algum paciente ou de alguém da Equipe devido ao COVID-19, será um verdadeiro salve-se quem puder.

A palavra FATALIDADE não poderá ser usada para qualquer paciente ou trabalhador da Equipe da Divisão de Saúde que seja contaminado por COVID-19 neste setor e venha a falecer.

Nossa vida importa!!

Correr risco para não salvar vidas é colocar outras vidas em risco.


Diretoria Colegiada do SINTUR-RJ

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