"... Os funcionários terceirizados alocados em setores que flexibilizaram o seu funcionamento através do regime de escalas ou trabalho remoto, deverão ter desconto do auxílio alimentação e transporte correspondente aos dias que não laboraram na Universidade”;

"... As empresas deverão ser orientadas no sentido de substituir os funcionários que estão no seguinte grupo de risco...”

Por diversas vezes ouvimos: "nosso inimigo não está entre nós", como repetir isto como sendo verdade se este documento desumano, que traz como procedimentos ataques concretos piores do que os que estamos sofrendo, neste momento, pelo governo Bolsonaro, é da PROAF/ UFRRJ.

Segundo o documento (https://drive.google.com/file/d/12IGQJmNugjcE9p5g2EhLtciO-hb-OMHs/view?fbclid=IwAR0VNvrTMHiDEQA1MzuIN3rVAyX5Z62k5RZrMXJQxGyNvp8rYwfMe57_Pl8, caberá aos gestores dos contratos dos terceirizados da Rural aplicar uma retirada de direitos, a qual estamos lutando para que não seja aplicada a todos(as) nós, servidores.

O absurdo é tão grande que a data de emissão do documento é justamente no dia da nossa greve, data que materializa mais uma luta para continuarmos a existir.

O documento, vergonhoso, traz como procedimentos a serem adotados: o corte no auxílio alimentação para estes trabalhadores que muitas das vezes passam necessidade com seus familiares, devido ao baixo salário.

Desconto no vale transporte e demissão para os que são portadores de doenças crônicas, os que tiverem filhos menores e aqueles com idade  superior a 60 (sessenta) anos. Estas barbaridades não são iniciativa exclusivas do Governo Bolsonaro, mas também da Administração da UFRRJ, por meio da PROAF.

Os terceirizados que em sua maioria são explorados, sofrem assédios moral e sexual, de acordo com algumas denúncias anônimas, serão agora penalizados por estarmos vivendo no momento de uma Pandemia do Coronavírus. Alguns destes tiveram suas casas alagadas há poucos dias.

Enquanto lutamos para proteger nossas vidas, os terceirizados terão de se arriscar para não perder o emprego. Se ficarem em casa como orientam os especialistas, por estarem no grupo de risco, para se manterem vivos, ficarão sem seus empregos.

Imagine o trabalhador da Rural, com mais de 60 (sessenta) anos de trabalho, sendo demitido em um momento de crise como esta que estamos vivendo?

Esta atitude da Administração Central/PROAF chega a ser considerada criminosa.

As mães e pais terceirizados com filhos menores, que já enfrentam todas as dificuldades para trabalhar por não ter onde deixar seus filhos, serão também “substituídos", assim como os que coabitarem com seus pais e avós idosos, por estarem no grupo de risco.

Estes trabalhadores não servem mais para a Rural, segundo o documento da PROAF. Cabe aos Gestores dos Contratos (todos com suas gratificações referentes ao cargo e salários que se manterão sem qualquer desconto) a orientarem as Empresas a reduzir os benefícios e substituir estas pobres pessoas que ficarão sob o desespero da Pandemia do Coronavírus e desempregadas.

Esta perversidade não tem nenhuma justificativa, a não ser o prazer de destruir a vida das pessoas, pois em uma universidade vazia, não tem sentido pedir as Empresas tais substituições, que se refletirão em demissões. É perverso.

Já considerávamos perverso mantê-los até às 14 horas todos os dias, em uma universidade vazia. Agora manifestamos nossa indignação e rechaçamos a determinação da PROAF/UFRRJ.

Será que aceitaremos esta desumanidade sem nenhuma reação?

A CASST (Coordenação de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalhador) com o papel que tem em preservar o bem estar dos trabalhadores desta Universidade, não se posicionará?

Em reunião, o Reitor Berbara nos informou que nenhum destes trabalhadores teriam perdas salariais. Agora, tomamos conhecimento deste documento. Estamos cobrando  do Reitor que se posicione contra esta covardia com os pobres terceirizados.

Os terceirizados merecem respeito!

Administração Central/PROAF não pode agir como Bolsonaro, retirando direitos.

Chega de exploração!

Total apoio aos terceirizados.

Vocês, Gestores dos Contratos, pensem no momento difícil que estamos vivendo, lutando todos pelas nossas vidas. Não usem "seus poderes" para atacar quem mais precisa de apoio.

Não sejam cruéis com quem só quer ter o direito de trabalhar. Se eles estão em horários reduzidos ou em grupo de risco é porque não querem morrer.

O Coronavírus não pode ser justificativa para penalizar ainda mais os terceirizados.

Agora é hora de cada um fazer a sua parte. Cobre dos Gestores dos Contratos aos quais você tem acesso, para que não cometam esta atrocidade com os terceirizados.

Aos Diretores da ADUR pedimos apoio nesta luta.

"Decidiram nos matar, nós decidimos não morrer."

Resistir para existir!

Para a Direção do SINTUR-RJ a vida dos terceirizados importa!

Direção Colegiada do SINTUR-RJ