Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia
Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, é também momento para reflexão sobre a violência no país
Aqui no Brasil, esta data está incluída no calendário oficial do país desde 2010, de acordo com o Decreto de 4 de junho daquele ano, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O objetivo desta data é debater os mais variados tipos de preconceitos contra as diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, além de gerar o desenvolvimento de uma conscientização civil sobre a importância do combate e da criminalização da homofobia.
O ataque homofóbico é um ultraje moral, uma grave violação de direitos humanos e uma crise de saúde pública. Por isso, é preciso conscientizar as pessoas sobre esse tipo de opressão e sobre suas consequências físicas e mentais, cujos jovens são grandes vítimas.
Dados sobre LGBTfobia no Brasil
O Brasil ainda não possui levantamentos oficiais sobre LGBTfobia. Os dados sobre mortes – especificamente as violentas – da comunidade LGBTQIAP+ são coletados, analisados e divulgados por associações como o Grupo Gay da Bahia (GGB) e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) desde 2000. As principais fontes são notícias publicadas na mídia.
O “Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil”, elaborado pelo Observatório de Mortes Violentas Contra LGBTI e publicado na primeira quinzena de maio, revelou que o país registrou ao menos 273 mortes violentas de pessoas LGBTQIAP+ em 2022, sendo 228 assassinatos, 30 suicídios e 15 de outras causas, como morte decorrente de lesões por agressão. A média do ano passado foi de uma pessoa LGBTQIAP+ morta a cada 32 horas.
Travestis e transexuais representam a maior parte dos mortos (58%), seguidos por gays (35%), lésbicas (3%) e homens trans (3%). Ainda há pequena porcentagem de pessoas não binárias (0,4%) e outras designações (0,4%).
Dados parciais referentes aos meses janeiro, fevereiro, março e abril de 2023 totalizaram 80 mortes. A população de travestis e mulheres trans representou 62,50% do total de mortes (50); os gays representaram 32,50% dos casos (26 mortes); homens trans e pessoas transmasculinas, 2,50% dos casos (2 mortes); mulheres lésbicas correspondem a 2,50% das mortes (2 mortes); e nenhum caso contra pessoas bissexuais e pessoas de outros segmentos foram identificados.
Essa questão é preocupante não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Ainda hoje, há pelo menos 69 países que criminalizam relacionamentos consensuais entre pessoas do mesmo sexo, alguns inclusive com pena de morte.
Ambiente ruim
O dossiê do Observatório mostra em 2022 uma redução de 14% de casos, em relação a 2021, quando foram elencadas 316 mortes violentas no Brasil. No entanto, em relação a 2000, quando o levantamento começou a ser feito e registrou 130 mortes, o aumento é de 108%. Por isso, o relatório afirma que os dados, vistos no longo prazo, indicam que o ambiente político e social brasileiro continua a estimular a LGBTfobia.
No trabalho
A aceitação de profissionais LGBTQIA+ é outro ponto que precisa de atenção. As empresas em geral, e os bancos em particular, precisam estar preparados para receber essa população e aprender a lidar com a diversidade no dia a dia.
A contratação por orientação sexual e identidade de gênero deve ser tratada como uma conquista, um avanço nos direitos, a partir desse processo, campanhas de combate à discriminação no local de trabalho ganharão fôlego e contribuirão para a construção de um ambiente de trabalho saudável.
Defenda-se
Conheça a cartilha - O que fazer em caso de violência LGBTfóbica - clique no link: https://abre.ai/gbOC publicada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Para encontrar apoio, em caso de necessidade, acesse o Mapa da Cidadania, produzido pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), com serviços e ferramentas jurídicas de defesa da comunidade LGBTQIA+, com informações de todas as unidades da Federação.
O SINTUR-RJ manifesta seu respeito à diversidade sexual, ao direito das pessoas expressarem o amor de todas as formas possíveis e se coloca ao lado da luta dessa causa, contra todo tipo de opressão, seja ela machista, racial ou LGBTfóbica. Igualdade, sim! Respeito, sim! Opressão, não! Preconceito, não!
FONTE: Observatório de Mortes Violentas Contra LGBTI, Grupo Gay da Bahia (GGB) e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Contrafcut, Estado de Minas, Sunasefe