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“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.” Angela Davis
Hoje, 20 de novembro - Dia da Consciência Negra, dia que demorou mais de III séculos para só vir a ser instituído pela Lei nº 12.519, em novembro de 2011. O dia de hoje é uma referência à data do assassinato do único herói negro brasileiro, Zumbi dos Palmares, em 1695, e a experiência quilombola, como uma sociedade verdadeiramente igualitária vivida no mundo.
A data provoca reflexões que chegam a incomodar muitas pessoas: por que esse dia existe? Por que a consciência é negra? Antes de tentar responder isso, é preciso traçar a diferença entre “o que é” e “como deveria ser”. Ok?
A consciência é humana – deveria ser mas não é.
Todos são iguais – deveriam ser mas não são.
Não precisa de data – poderia mas não dá.
Por que não existe dia do branco? – 365 dias não são suficientes?
Essas reflexões só são possíveis porque existe um dia da #ConscienciaNegra. Se não fosse essa data, não estaríamos tendo essa conversa.
A consciência é negra por razões do passado, do presente e do futuro. A consciência é negra porque os negros e não os brancos foram escravizados por 300 anos neste país. Você lembra? Não. Pela nossa idade, a gente não viveu isso, mas até hoje sentimos os efeitos dessa disparidade de direitos e oportunidades.
A consciência é negra porque é do negro que se exige mais resistência para passar por situações como uma pandemia, dado o nível de vulnerabilidade social. A pretensa liberdade de 133 anos atrás, produto da lei áurea, nos jogou nas periferias, onde ninguém queria ir, à margem da sociedade.
A consciência é negra porque a perfeita consciência humana nunca existiu e os negros precisam preparar as gerações futuras para que a trajetória de avanços, ainda que parcos, não seja estragada.
A data é provocativa, didática e simbólica. É bom ver alguém incomodado com o 20 de novembro, sinal de que o fez pensar nos negros. Mantenha-se assim amanhã.
E um avanço preciso ser mencionado, nesta quinta-feira (18), o Senado aprovou por unanimidade, o projeto de lei que tipifica a injúria racial como racismo. A matéria agora segue para análise da Câmara dos Deputados.
Se aprovada, a legislação se alinha ao entendimento do Supremo Tribunal Federal que, em outubro deste ano, equiparou a injúria racial ao racismo e, por isso, tornou a injúria, assim como o racismo, um crime inafiançável e imprescritível.
Casos de racismo e de injúria racial podem e DEVEM ser DENUNCIADOS em delegacias, pela internet e pelo telefone.
NÃO SE CALE! DENUNCIE!
Imagens: SINTUR-RJ Presente no ato nacional do Dia da Consciência Negra em Madureira.
Fontes: Agencia brasil, CNN Brasil