Memórias Vivas - SINTUR-RJ 27 anos
Meu nome é Eloisa da Silva Cabral Côrtes (68 anos) e meu marido, Nilton de Paula Côrtes (71 anos). Estamos como funcionários da UFRRJ desde 1974 e 1972, respectivamente.
Naquela época o ingresso ao serviço público já era através de concurso público, menos concorrido, entretanto.
Iniciamos nossa militância no SINTUR no início dos anos 2000, mas já éramos filiados há anos. A criação do SINTUR surgiu a partir de uma pequena associação de servidores, ASUR, que com o aumento da demanda, viram a necessidade de estabelecer um sindicato.
É importante ressaltar que em nossa primeira gestão, o número de mulheres era mínimo.
Quanto à oposição por parte da administração da UFRRJ, quase não houve, na verdade, o apoio foi quase que total.
Eu fui coordenadora administrativa e meu marido, coordenador geral.
Entre as nossas feitorias, além de reformas variadas na sede, estivemos incessantemente em greves em prol da valorização do funcionário público; algumas vezes obtemos sucesso, outras não, mas isso faz parte.
Com certeza o serviço público mudou muito, na verdade, regrediu. A valorização, em todas as suas esferas, está cada dia pior.
No que tange as dificuldades em administrar um sindicato, entramos em duas vertentes: enquanto antigamente a burocracia e a distância com os superiores eram um abismo, atualmente (apesar de uma melhor comunicação), conseguir recuperar alguns direitos do funcionário é missão árdua!
O diálogo com o "Estado" está difícil.
A PEC 32 é uma imensa agressão ao funcionalismo, podando direitos e aspirações dos futuros servidores; desvalorizando e desestimulando-os.
Hoje, no atual quadro do governo, eu desejaria sorte a quem almeja ingressar no serviço público e conscientizaria sobre os fatores determinantes que se modificaram.
À nova direção do sindicato, desejo paciência para agregar os funcionários desacreditados de sua valorização e muita união em defesa de um único e principal objetivo: a dignidade do servidor.
