27 de julho: o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho é pra lutar em defesa da segurança e proteção no trabalho

Postado: 27/07/2021

Neste ano, enfrentamos a dura situação de quase 20 milhões de brasileiros(as) contaminados no Brasil pela Covid-19. Mais de meio milhão de mortos. Estima-se que de 70% a 80% das pessoas infectadas pelo vírus possuem sequelas e talvez tenham de conviver com essa situação o resto da vida ou por um longo período. Além disso, temos o gigantesco aumento do adoecimento mental, estresse, crises do pânico e depressão, doenças cuja incidência cresceu nessa época de pandemia.

 

O Setorial de Saúde do Trabalhador(a) da CSP-Conlutas considera a covid-19 como doença ocupacional. A realidade nos locais de trabalho é uma expressão dessa afirmação. Um exemplo para ilustrar tal fato são as montadoras do ABC Paulista, em que em reportagem recente produzida pelo jornal Diário do ABC foram apresentados dados de que a contaminação nas montadoras é três vezes maior do que na média da população em geral. Em Minas Gerais há grandes empresas no setor metalúrgico e de mineração que operam com 2 mil a 8 mil  trabalhadores(as) que compõem grandes aglomerados compartilhando transporte, refeitórios, ambientes de trabalho, máquinas, equipamentos e vestiários.

 

Os casos de mortes pelo vírus afetam diversos setores de trabalho: profissionais da área da Saúde que desde o início da pandemia estão na linha de frente expondo suas vidas, trabalhadores do transporte, caixas e embaladores de supermercados e outras categorias.

 

De acordo com o próprio Ministério da Saúde, “Acidente de trabalho é aquele que ocorre durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, acarretando a perda ou redução da capacidade para o trabalho e, em último caso, a morte. Além disso, as doenças ocupacionais podem ser enquadradas nessa categoria. Os acidentes podem ser causados por fatores naturais ou por falta de medidas de proteção. Por isso, é fundamental o uso correto de equipamentos de segurança, a realização de exames médicos periódicos e a implantação do Plano de Prevenção de Riscos Ambientais, entre outros.”

 

Diante desta definição, fica explícito que os trabalhadores e trabalhadores não vêm recebendo a proteção necessária para se proteger da covid-19.

 

As mazelas do governo Bolsonaro

Junto a todo esse sofrimento devido ao descaso com a contaminação do vírus pelo governo Bolsonaro e o empresariado, a classe trabalhadora e os mais pobres enfrentam uma situação desesperadora: o aumento da miséria, da fome, do desemprego, do fechamento de pequenos comércios, da falta de auxílio para trabalhadores(as) autônomos(as), desempregados, da perda de moradia.

 

Bolsonaro, Mourão e sua corja são os principais responsáveis por essas mazelas, pois desde o início da pandemia boicotaram as medidas de saúde e sanitárias, foram contra o isolamento social, contra o uso de máscara e a testagem em massa. O governo teve a pachorra de não comprar insumos da vacina em meados do ano passado, apostando na imunização de manada, ou seja na morte de centenas de milhares de trabalhadores e idosos, principalmente. Uma política genocida!

 

“Essa situação estressante vivida pelo trabalhador permite que acidentes e doenças do trabalho tendam a acontecer em maior escala, pois existe o medo da doença, do desemprego quando as grandes empresas batem record de produção em cima da exploração maior da nossa Classe” afirmou Jordano Carvalho, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São João del Rei e também coordenador do Setorial de Saúde do Trabalhador (a) da CSP- Conlutas.

 

A alta incidência de acidentes, doenças e morte no Brasil

No Brasil a cada 4 horas morre um trabalhador(a) vítima de acidente e doença do trabalho, números que são bem maiores, pois é preciso contar com as subnotificações.

 

De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), o Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de acidentes fatais ocorridos no ambiente de trabalho.

 

“É preciso reagir a está situação, é necessária uma Greve Geral em defesa da vida, da saúde e por vacinação imediata: redução da jornada sem redução de salário, auxílio emergencial de no mínimo de R$ 600,00; emprego, direitos, moradia e CIPAS fortes e combativas, além de colocarmos pra fora Bolsonaro, Mourão e toda essa corja”, ressalta Jordano.

 

A data de 27 de julho tornou-se oficial em 1972, depois de regulamentada a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho.

 

Abaixo, o quadro do Ministério do Trabalho com a contabilização de casos notificados de 2007 a 2017, sendo registrados 1.324.752 no total, dá a ideia de acidentes e doenças que ocorrem:

 

– Acidentes de Trabalho: 703.193 acidentes de trabalho graves;

– 466.137 acidentes de trabalho por exposição a material biológico;

– 50.841 intoxicações por exposição a substâncias químicas relacionadas ao trabalho.

Doenças relacionadas ao trabalho:

– 77.732 casos de LER/Dort;

– 8.607 casos de transtornos mentais;

– 6.645 casos de perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR);

– 6.554 casos de dermatose ocupacional;

– 3.810 casos de pneumoconiose;

– 1.233 casos de câncer ocupacional. Proporcionalmente, os casos de câncer ocupacional tiveram o maior aumento de número de casos, apresentando um incremento de 3.800%.

 

Fonte: http://cspconlutas.org.br/2021/07/27-de-julho-o-dia-nacional-de-prevencao-de-acidentes-de-trabalho-e-pra-lutar-em-defesa-da-seguranca-e-protecao-no-trabalho/

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