Nota das Instituições Públicas de Ensino do RJ sobre ação do MPF relativa ao retorno de aulas presenciais

Postado: 16/07/2021

A pretensão é arbitrária e violadora da autonomia universitária em suas três dimensões. Sob o aspecto administrativo, a autonomia é desrespeitada à medida em que sepretende substituir a avaliação feita pelas instituições, que vêm se baseando em comissões técnicas de especialistas, integradas pelos maiores quadros da área de saúde do Estado, por sua própria visão sobre a situação sanitária, sem considerar ainda que tais instituições se espalham por vários municípios do Estado que apresentam variadas situações vacinais.

Sob o prisma financeiro, a solução que se pretende impor desconsidera os necessários investimentos para fazer a transição do modelo remoto emergencial para o modelo presencial, em momento que as instituições sofrem os mais graves contingenciamentos orçamentários decorrentes dos cortes no orçamento do MEC.

No que se refere à autonomia didático científica, que permite às instituições, com base nas regras estabelecidas pelo MEC, fixar carga horária de cada curso em atividades não presenciais, definir qual o melhor momento, de que modo e em que intensidade, voltar ao modelo presencial, que é de nosso interesse inequívoco.

Tais instituições nunca deixaram de funcionar, desenvolvendo um conjunto de ações institucionais com o objetivo de minimizar os efeitos da pandemia de COVID19 nas atividades de assistência, pesquisa e extensãoque têm sido essenciais ao combate à COVID19 e à proteção à saúde da população.A adoção do ensino remoto emergencial foi preparada com todo o cuidado didático, jurídico e institucional com ampla discussão em seus conselhos superiores, cuja reversão abrupta e no meio do semestre, poderia causar prejuízos acadêmicos irreparáveis.

Toda vez em que é violada a autonomia universitária é a ciência que sucumbe diante de crenças políticas e ideológicas.

 

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2021.

 

Antonio Claudio Lucas da Nóbrega (Reitor UFF)

Denise Pires de Carvalho (Reitora UFRJ)

Jefferson Manhães de Azevedo (Reitor IFF)

Luanda Moraes (Reitora UEZO)

Maurício Saldanha Motta (Diretor Geral CEFET)

Oscar Halac (Reitor Colégio Pedro II)

Rafael Barreto Almada (Reitor IFRJ)

Raul Ernesto Lopez Palacio (Reitor UENF)

Ricardo Lodi Ribeiro (Reitor UERJ)

Ricardo Silva Cardoso (Reitor UNIRIO)

Roberto de Souza Rodrigues (Reitor UFRRJ

Fonte: https://portal.ufrrj.br/nota-das-instituicoes-publicas-de-ensino-do-rj-sobre-acao-do-mpf-relativa-ao-retorno-de-aulas-presenciais/

 

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