17 de Maio - Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia

Postado: 17/05/2022

O Brasil continua sendo o país do mundo onde mais LGBT são assassinados: uma morte a cada 29 horas.  Esses dados se baseiam em notícias publicadas nos meios de comunicação, sendo coletados e analisados pelo Grupo Gay da Bahia, que há 40 anos divulga essas tristes estatísticas, cobrando do governo políticas públicas que erradiquem essa mortandade que vai muito além desses números, pois representam apenas a ponta de um iceberg de ódio e sangue.
 
Perfil das vítimas
 
Com exceção de 2020, quando pela primeira e única vez a morte  violenta de transgêneros ultrapassou a dos gays, também em 2021, como nas últimas quatro décadas, os gays são em termos absolutos, o grupo mais atingido pela violência letal. 
 
Em 2021, os homossexuais masculinos voltaram novamente a ocupar o primeiro lugar no ranking de mortes de LGBTI+: 153 gays (51%), seguidos das travestis e transexuais com 110 casos (36,67%), lésbicas com 12 casos (4%), bissexuais e homens trans 4 casos (1,33%), uma ocorrência de pessoa não binária e  um heterossexual, este último confundido com um gay. 
 
Quanto à cor das vítimas de mortes violenta, 28% eram brancas, 25% pardas, 16% pretas e apenas uma indígena. 
 
No tocante à idade, a vítima mais jovem foi uma travesti de 13 anos e o mais velho, um gay de 76 anos. 47% dos LGBT estavam na flor da idade, entre 20-39 anos.
 
No que se refere à causa mortis, foram documentados 276 homicídios (92%) e 24 suicídios (8%). Registramos 34 gays (11%) que sofreram latrocínio, infração penal mais grave que os homicídios, já que nesses casos, os assassinos mataram para roubar os pertencentes da vítima.
 
Quanto ao local dos assassinatos, 36% ocorreram na residência do LGBT, 32% em logradouros 
públicos, mas também em estabelecimentos comerciais, locais ermos, na orla marítima e matagais. 
 
Via de regra gay e lésbica são mortos dentro de casa enquanto travestis e transexuais na rua.
 
Nestas sangrentas e covardes execuções, 28% foram perpetradas com armas brancas (faca, facão, tesoura, enxada – chegando até a 95 facadas!), em seguida, 24% com armas de fogo, 21% de espancamento e estrangulamento, incluindo asfixia, tortura, 
atropelamento doloso. 
 
O SINTUR-RJ entendi que apenas um texto não é o suficiente pra falar sobre a importância de comemorar uma data tão relevante, se faz necessário dias e dias, porque as histórias de luta por direitos e sobrevivência são muitas. Oportunidades de trabalho, direito de ir e vir, igualdade salarial, de ser quem quiser e viver o que quiser, são umas das muitas lutas diárias.
 
Devemos ser firmes em respeitar a diversidade humana. Nossas diferenças não podem nos separar ou impedir a nossa união contra o que, de fato, nos oprime.
 
A nossa luta é todo dia, em cada local de trabalho, contra o preconceito, contra a retirada de direitos e contra toda forma de opressão.
 
Texto adaptado Sintur-RJ. Fonte: Grupo Gay da Bahia e Aliança Nacional LGBTI+, Agencia de Noticia da Favelas , findect.org.b, agenciaaids.com.br

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